terça-feira, 16 de novembro de 2010

Reality show: breve exercício de circunscrição do gênero narrativo

Resenha crítica desevolvida para a disciplina de Produção Publicitária em TV, sob orientação do professor Cácio Xavier.

Este trabalho tem como objetivo apresentar em forma de resenha crítica o texto Reality Show: breve exercício de circunscrição do gênero narrativo, do autor João Alegria.
É difícil uma clara definição para os realities, conhecidos no Brasil como reality show. O novo formato, uma vez que uma grande diversidade de situações de captação de imagens e depoimentos já foi válida para a sua realização, apresenta inúmeras formas.
Como características básicas, os realities são verossímeis, abusam da especularização, do anonimato, da interatividade e do apelo emocional. A natureza denotativa da tevê e a ocultação dos discursos políticos, econômicos, sócias e culturais, permitem à linguagem televisual, um alto grau de verossimilhança. 


 A especularização do real torna-se uma verdadeira “sociedade do espetáculo”, isso pelo fato de se basear no estabelecimento de relações interpessoais presenciais e à distância, aproximando e fazendo interagir os participantes e o público, através de um processo de mediação audiovisual.
            Quanto à interatividade, o espectador passou a adquirir maior controle sobre sua programação, isso faz com que ela conte com uma audiência atenta aos rumos da narrativa audiovisual e aos formatos da programação, respondendo aos chamados a participação.
            O apelo emocional justifica o anonimato, pois realities usam das emoções mais primárias e privadas, para convertê-las em sentimentos que fazem o espetáculo.
            Com as novas tecnologias, as novas ferramentas de comunicação, com a popularização e digitalização dos instrumentos de produção de imagem e a ampliação da oferta de conteúdos audiovisuais, a audiência passou a ocupar um lugar privilegiado na relação do consumo audiovisual e os meios de comunicação.
            O reality está lado a lado com a disseminação das tecnologias de informação e comunicação, como o envio e recepção de mensagens visuais, textuais e sonoras. Ele acompanhou os novos modos de ver, apreender, relacionar-se com o mundo, como caracteriza a modernidade. Está em sintonia com uma audiência que acostumou à possibilidade de contemplar a sua própria imagem.
Em geral, os realities têm como estrutura a proposição de um jogo, de uma competição, ou a experimentação de contextos sócio-culturais, profissionais ou naturais previamente escolhidos com regras próprias, duração, demarcações espaço-temporais, objetivos a serem alcançados pelos participantes.
Com a delimitação do tempo e espaço, entende-se a privacidade com espaço recluso e íntimo da existência individual e familiar. No entanto, antes que uma invasão de privacidade, os realities podem ser considerados um gênero que permite a evasão da privacidade, uma vez que a tendência é de que haja cada vez mais uma exposição do eu-imagem, através dos novos recursos de sociabilidade, principalmente entre os jovens, por sua emaptia tecnológica.
Pode-se definir então que os reality shows são mais que um problema, mas um expressão televisiva de um meio sócio-histórico, ainda em transformação, uma vez que se apropria das tecnologias de informação e da comunicação. E mais, conclui-se que verossimilhança, especularização do real, anonimato, interatividade, apelo emocional, o eu-imagem, o confinamento e a evasão da privacidade, são elementos essenciais do gênero.



Referência

ALEGRIA, João. Reality show: breve exercício de circunscrição do gênero narrativo. In: DUARTE, Elizabeth Bastos e CASTRO Maria Lília Dias de. Televisão: entre o mercado e a academia. Porto Alegre: Editora Sulina, 2006.

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